2024 Autor: Cyrus Reynolds | [email protected]. Última modificação: 2024-02-09 01:32
Turismo de favela, também conhecido como "turismo de gueto", envolve o turismo em áreas pobres, particularmente na Índia, Brasil, Quênia e Indonésia. O objetivo do turismo de favela é oferecer aos turistas a oportunidade de ver as áreas “não turísticas” de um país ou cidade.
Histórico
Embora o turismo de favela tenha ganhado alguma notoriedade internacional nos últimos anos, não é um conceito novo. Em meados de 1800, os londrinos ricos viajavam para os cortiços miseráveis do East End. As primeiras visitas começaram sob o pretexto de “caridade”, mas nas décadas seguintes, a prática se espalhou para os cortiços de cidades dos EUA como Nova York e Chicago. Com a demanda, as operadoras de turismo desenvolveram guias para conhecer esses bairros pobres.
O turismo em favelas, ou ver como a outra metade vivia, morreu em meados de 1900, mas recuperou popularidade na África do Sul devido ao apartheid. Esse turismo, no entanto, foi impulsionado pelos sul-africanos negros oprimidos que queriam que o mundo entendesse sua situação. O sucesso do filme "Quem Quer Ser um Milionário" chamou a atenção do mundo para a pobreza da Índia e o turismo em favelas se expandiu para cidades como Dharavi, que abriga a maior favela da Índia.
Modernoos turistas querem uma experiência autêntica, não as zonas turísticas caiadas de branco que eram tão populares na década de 1980. O turismo em favelas atende a esse desejo, oferecendo uma visão do mundo além de sua experiência pessoal.
Preocupações com a segurança
Como em todas as áreas do turismo, o turismo de favela pode ser seguro, ou não. Ao escolher um passeio em favela, os hóspedes devem usar a devida diligência para determinar se um passeio é licenciado, tem boa reputação em sites de avaliação e segue as diretrizes locais.
Por exemplo, Reality Tours and Travel, que foi apresentado na PBS, leva 18.000 pessoas em turnês por Dharavi, na Índia, a cada ano. Os passeios destacam os pontos positivos da favela, como sua infraestrutura de hospitais, bancos e entretenimento, e seus pontos negativos, como a f alta de espaço habitacional e banheiros e montes de lixo. O passeio mostra aos hóspedes que nem todos têm uma casa de classe média, mas isso não significa que eles não tenham uma vida vibrante. Além disso, 80% dos lucros das turnês são revertidos para projetos de melhoria da comunidade.
Infelizmente, outras empresas, assumindo nomes e logotipos semelhantes, oferecem “tours” que não mostram os pontos positivos e negativos, mas exploram a comunidade. Eles também não injetam fundos na comunidade.
Como ainda não existe um padrão para operadoras de turismo em favelas, os turistas precisam determinar por si mesmos se uma determinada empresa de turismo está agindo de forma ética e responsável como afirma.
Brasil
Favelas do Brasil, áreas de favelas que normalmente estão localizadas nos arredores de grandes cidades como São Paulo, atraem 50.000 turistas cadaano. O Rio de Janeiro tem, de longe, o maior número de passeios em favelas de qualquer cidade do Brasil. O turismo em favelas do Brasil é incentivado pelo governo federal. Os passeios oferecem uma oportunidade de entender que essas comunidades montanhosas são comunidades vibrantes, não apenas favelas infestadas de drogas retratadas em filmes. Guias turísticos treinados levam os turistas à favela de van e oferecem passeios a pé para destacar o entretenimento local, centros comunitários e até mesmo um encontro com as pessoas que moram lá. Geralmente, a fotografia é proibida em passeios pelas favelas, preservando o respeito pelas pessoas que moram lá.
As metas do governo para conhecer as favelas incluem:
- explicando a economia de uma favela (emprego, previdência, mercado de aluguel e muito mais)
- destacando a infraestrutura da favela (hospitais, shopping, bancos, moda e entretenimento)
- turismo em escolas e centros comunitários
- projetos comunitários em turnê
- interagindo com os cidadãos e visitando suas casas
- desfrutando de uma refeição em um restaurante local
Preocupações
Enquanto o Brasil estruturou cuidadosamente seu programa de turismo em favelas, as preocupações permanecem. Apesar dos regulamentos e diretrizes, alguns turistas tiram fotos e as compartilham nas redes sociais. Seja pelo valor de choque ou em um esforço para esclarecer o mundo sobre a situação das pessoas nas favelas, essas fotos podem fazer mais mal do que bem. Alguns operadores turísticos, da mesma forma, exploram os turistas, alegando que seus passeios apoiam os negócios locais sem realmente retribuir à comunidade. Talvez a maior preocupação, porém, seja que quandoturismo em favelas dá errado, vidas reais são impactadas.
O turismo de favelas responsável depende de diretrizes governamentais, operadores turísticos éticos e turistas atenciosos. Quando tudo isso se junta, os turistas podem ter experiências de viagem seguras, obter uma visão de mundo mais ampla e as comunidades podem se beneficiar.
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